Alfabetização na Era digital: a conexão entre tecnologia e educação

A criança, com todo o seu processo de desenvolvimento, interpreta o mundo ao seu redor e é capaz de contribuir na formação da cultura de uma sociedade. Essa relação que se dá entre

interpretar e produzir cultura é ampliada na medida em que a criança acessa a alfabetização e o letramento, uma vez que estas habilidades fomentam a participação nas práticas sociais ligadas à escrita e também à leitura. No entanto, as escolas estão enfrentando um dilema: alfabetizar o novo perfil de alunos, nativos digitais.

As crianças nativas digitais têm acesso a uma lógica diversa de produção de conteúdo. Muitas informações circulam na web e é preciso ficar mais atento à cybersegurança, do fenômeno da pós-verdade e da forma como a informação se apresenta. Todavia, na perspectiva do uso da tecnologia como recurso que apoia a aprendizagem e faz a ponte para o processo de alfabetização, aproximamos a discussão sobre abordagens didáticas que propõe o uso de ferramentas que podem ser viabilizadoras da comunicação, como foi amplamente vivido na pandemia em janelas remotas por todo país, ou pelo viés interativo, multimidiático e multilinguístico.

Sendo assim, a tecnologia pode se traduzir em uma das possibilidades de ampliar a linguagem para o trabalho que envolve o processo alfabetizador, conectando a criança de maneira interativa e engajada em seus amplos recursos digitais. A partir daí o docente pode fazer

uso desses recursos sem abrir mão da intencionalidade pedagógica. O professor pode trazer para a sala de aula ferramentas de leitura, áudio books, tecnologias de texto para fala (TTS), que torna o conteúdo acessível em formatos auditivos, bem como pode utilizar jogos ou aplicativos educacionais que incentivam os alunos a praticarem habilidades de leitura e escrita de maneira lúdica. Em síntese, a inserção da tecnologia no processo de alfabetização é uma ferramenta poderosa, capaz de enriquecer a educação e envolver os alunos de forma mais eficaz, especialmente em um mundo cada vez mais conectado e digital. Entretanto, a sua aplicação requer sabedoria por parte dos educadores, que devem usá-la de maneira equilibrada, planejada e com intenção pedagógica clara.

A tecnologia é um complemento valioso, mas não deve substituir as interações sociais, sensoriais e experienciais essenciais para o desenvolvimento infantil. Quando usada de maneira planejada, a tecnologia pode contribuir significativamente para a inclusão escolar, atendendo às diversas necessidades das crianças e ampliando as estratégias metodológicas. Sendo assim, a chave está em encontrar o equilíbrio adequado, garantindo que a tecnologia seja uma aliada, mas não a protagonista, no processo de alfabetização.